Resolução n° 457: BACEN investe no pilar de segurança do Pix

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Em busca de preservar um dos pilares de segurança fundamentais do Pix, o Banco central alterou o regulamento anexo à Resolução BCB nº 1, de 12 de agosto de 2020, que institui e regulamenta o referido arranjo de pagamentos, para aprimorar seus mecanismos de segurança.

Conforme comunicado do BACEN, publicado em 06 de março, a nova medida consiste na exclusão das chaves de pessoas e empresas com cadastros irregulares na Receita Federal.

Para implantação da medida, a autarquia supervisora conta com a atuação colaborativa das Instituições Financeiras, que, ao aumentarem seus mecanismos fiscalizadores, certamente irão contribuir para a redução de fraudes perpetradas a partir do uso indevido de chaves Pix.

Para tanto, a resolução assinada pelo diretor do BACEN, Renato Dias de Brito Gomes, instituiu a obrigatoriedade de correção de chaves PIX irregulares no prazo de um mês. O objetivo é corrigir as irregularidades num curto lapso temporal, buscando conter o avanço de golpes nesse sentido.

Entretanto, importa esclarecer que, ao contrário do que vem sendo divulgado em alguns canais de comunicação, a nova medida não vai prejudicar as pessoas físicas cujos CPFs estejam negativados. Isto porque a medida não está ligada a encargos ou contribuições fiscais, mas sim a irregularidades cadastrais.

Conforme comunicado do BACEN, isto quer dizer que “será mais difícil para os golpistas manterem chaves Pix com nomes diferentes daqueles armazenados nas bases da Receita Federal” ou utilizarem dados de falecidos de forma indevida.

O impacto estimado é de 8 milhões de chaves excluídas, sendo 4,5 MI por grafia inconsistente, 3,5 MI por falecimento do titular, 30 mil por suspensão de CPFs, 20 mil por cancelamento de CPFs e mil por nulidade de CPFs.

Pode-se dizer que a referida medida surge como reforço a iniciativas anteriores do BACEN, à exemplo do MED (mecanismo especial de devolução do Pix), e reafirma o compromisso da entidade em garantir a segurança das transações financeiras. No mesmo sentido, as instituições financeiras têm avançado constantemente no desenvolvimento e aperfeiçoamento de camadas de segurança como a MFA (autenticação multifatorial), reconhecimento facial e biométrico, criptografia end-to-end, segurança de API e tantas outras.

Assim, cada uma dessas medidas representa um passo do Banco Central/Instituições Financeiras em direção ao zelo pela segurança do Sistema Financeiro Nacional.

Por fim, a implantação da resolução não interfere em nada na maneira em que pessoas físicas e jurídicas utilizam o sistema de pagamento instantâneo. Na prática, a expectativa é de que, excluídas as chaves irregulares, as fraudes cometidas nesse segmento diminuam, trazendo benefícios tanto para as Instituições Financeiras quanto para os usuários de seus produtos e serviços.

Por Stephanie Meira Lins